A Psicologia em situações extremas

Um acidente, um deslizamento, um prédio que cai com pessoas dentro, a perda abrupta de alguém, o sofrer um nível de violência extremo, precisar fugir de repente. Situações que representam risco de morte, situações que causaram perdas de bens, de entes queridos, que provocam feridas físicas e psicológicas. Como lidar com isso?

O psicólogo (bem como toda a equipe de atenção nos casos de emergências) tem uma função primordial nesses momentos. Assim como paramédicos buscam estabilizar o paciente para evitar comprometimentos maiores na saúde física, o psicólogo atua para que se consiga uma estabilização emocional em momentos que tem como principais reações confusão mental, desespero, revivescência de situações traumáticas anteriores, desorientação e um elevado nível de estresse.

Uma das principais características da intervenção em situações extremas é que os Primeiros Cuidados Psicológicos, a despeito do nome, não são de total exclusividade das equipes de saúde mental. O psicólogo continua sendo o profissional que terá que estar preparado para os cuidados psicológicos em si, enquanto o acolhimento dos sobreviventes deve se dar por todos os membros da equipe desde a sua recepção. Estes devem, portanto, estar prontos para dar suporte aos que, com grande probabilidade, chegarão desorientados e desesperados por respostas.

E mais do que isso, é preciso saber identificar os mais vulneráveis, reconhecer diversidades culturais e principalmente, ter amplo conhecimento das estruturas disponíveis para atender às demandas mais urgentes dos sobreviventes. Esse primeiro cuidado, além de ser de extrema importância para evitar danos psicológicos maiores, cuida, através de técnicas e atenção específica, do sofrimento que vem por conta de um acontecimento recente e provocador, tal qual uma grande ferida, uma ruptura nas estruturas psicológicas de quem a sofre.

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